sábado, 2 de fevereiro de 2019

É possível "gostar de cara"?

Por que há espanto quando uma pessoa diz que amou a outra no primeiro dia que conheceu? Por que há surpresa quando uma pessoa abraça e beija a outra com intensidade e afeto?

Percebo que hoje em dia o mais comum e até mais legal é ter antipatia, ranço por alguém. Você já deve ter dito ou pronunciado frases como "meu santo não bateu com o dele(a)", "não fui com a cara de fulano(a)". frases como essas são ditas com frequência e as pessoas respondem com: "ah, isso acontece, é normal", "você não precisa se explicar por isso". Entretanto, quando alguém diz: "gostei de dele(a) demais," "amei conhecer aquela pessoa", alguns comentam que está sendo demais para demonstrar ou atribuir um sentimento pela pessoa, outros que pode haver decepção e falsidade, e outros questionam o sentimento. Porque gostar de cara é tido como um problema e o ranço imediato não?

A Cultura do Desinteresse tomou conta da nossa geração. Para muitas pessoas ser indiferente, e desrespeitoso com o outro é um mérito. Respeito para que(m)? É mais fácil olhar o outro, procurar uma característica pessoal e ter ranço, até humilhar e ridicularizar. Afeto é um sentimento que precisa ser evitado, um sentimento que se tornou aversivo para as pessoas que vivem conforme essa cultura de quem demonstra menos que é melhor.

É possível "gostar de cara?" sim. É possível amar rápido, se identificar com qualquer pessoa no dia que a conheceu, é permitido demonstrar afeto e carinho. E faz bem danado. Assim como também é possível não gostar de uma pessoa, e sentir uma repulsa. Só que o importa é ter respeito pelo outro, tratar o outro como gostaríamos de ser tratado: da melhor maneira possível.


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